TV Globo foi surpreendida por uma carta dos advogados Roberto Teixeira , Cristiano Zanin Martins e Rodrigo Azevedo Ferrão , do ex-presidente Lula, solicitando direito de resposta à reportagem da quinta-feira (10) sobre a entrevista dos promotores de São Paulo em que detalham as denúncias contra o ex-presidente. A carta diz se basear na lei recém-aprovada pelo Congresso, de número 13.188, de 2015. Na carta, espantosamente, os advogados dizem que nem Lula nem sua assessoria foram procurados para oferecer uma resposta às acusações que lhes foram imputadas pelos promotores. Eles dizem: “Registre-se, ainda, que a assessoria de imprensa do ex-presidente não foi instada a apresentar qualquer esclarecimento prévio pela emissora, como seria recomendável e necessário, de acordo com os princípios editoriais por ela divulgados.” Isso não é verdade. Em e-mail enviado às 17h33, um jornalista da TV Globo pediu ao Instituto Lula nota comentando a denúncia oferecida pelo Ministério Público c
A informação está contida em reportagem do Jornal a Folha de São Paulo que circula nesse domingo, 04. Segundo a Folha, um delegado federal e um ex-agente da PF são suspeitos de vazar informações secretas, “guardadas a sete chaves” na PF, em Curitiba. Um sigiloso inquérito que já foi instaurado, que promete revelar quem vendeu, quem comprou e quem se beneficiou com as informações. Já há consenso na cúpula da PF que o fato, se comprovada sua veracidade, deva provocar demissões de policiais e representação junto a OAB para que apure o comportamento ético de advogados. A previsão é de que penas duras devam ser impostas aos envolvidos no episódio. Certamente , “os agentes” da empreitada não imaginavam quem é Sérgio Moro!
Um dos advogados da Odebrecht, Augusto de Arruda Botelho está sob investigação da Polícia Federal sob a suspeita de ter comprado de policiais dossiês com informações sigilosas ou falsas para desqualificar os delegados da Operação Lava Jato e prejudicar as investigações.
Há suspeitas de que anotações encontradas pela PF no bloco de notas do celular do presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho, possam ter alguma relação com a suposta estratégia ilegal para atrapalhar as apurações.
Um desses textos dizia: “Trabalhar para anular (dissidentes PF…)”, o que foi interpretado pela polícia como uma tentativa de acabar com a investigação por meios ilícitos –a Odebrecht sempre refutou essa versão.
Os dissidentes da anotação, segundo suspeita da PF, podem ser os mesmos policiais que teriam vendido as informações secretas.
PF colheu indícios de que o preço dos dados sigilosos pode variar de R$ 500 mil a R$ 2 milhões. Uma das informações que teria sido vendida era a data das prisões e buscas em empreiteiras, o que permitiria às empresas esconder material que poderia ser apreendido.
Outro advogado, Marden Maués, que atuou na defesa da doleira Nelma Kodama, também aparece na apuração sob suspeita de que teria ajudado os policiais a comercializar as informações secretas.
Botelho e Maués refutam as suspeitas e dizem que o inquérito é uma tentativa da PF de constrangê-los por terem apontado irregularidades na Lava Jato (leia texto abaixo).
Dois advogados de Curitiba, ouvidos pela Folha sob a condição de que seus nomes não seriam revelados, dizem que foram procurados pelos policiais investigados.
DOLEIRA
Como só policiais da Lava Jato faziam parte do grupo, a suspeita é que o delegado investigado tenha vendido essas informações para desqualificar politicamente o grupo.table(articleGraphic).
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Numa das mensagens, o delegado Márcio Anselmo dizia “alguém segura essa anta, por favor”, em referência a Lula e a uma notícia cujo título era “Lula compara PT a Jesus Cristo”.
A reportagem foi publicada em novembro de 2014 no jornal “O Estado de S. Paulo”.
O inquérito, que corre em segredo de Justiça, foi instaurado a partir de informações prestadas pela doleira Nelma Kodama. Condenada a 18 anos de prisão, Nelma negocia um acordo de delação premiada e prestou depoimentos relatando o que diz ter ouvido de seu antigo advogado, Marden Maués. Pelo relato de Nelma, Marden se aproximou do grupo dissidente quando eles investigavam a morte de um agente da PF em Curitiba que se enforcou no ano passado, quando seus superiores descobriram que ele se apaixonara pela doleira.